quarta-feira, 27 de junho de 2007

Apito Dourado: Ministério Público valida três acusações contra Carolina






Pinto da Costa apresenta queixas-crime contra Carolina Salgado

O Ministério Público (MP) decidiu acompanhar duas acusações contra a ex-companheira de Jorge Nuno Pinto da Costa por alegados crimes de difamação agravados. Em causa está o livro "Eu Carolina" e queixas do vice-presidente portista, Reinaldo Teles, e Lourenço Pinto, advogado e amigo do presidente do F. C. Porto. Em paralelo, Pinto da Costa deduziu acusação particular (também acompanhada pelo MP) contra Carolina Salgado por declarações proferidas numa entrevista ao semanário "Sol", antes da publicação do livro. Contra a publicação do livro, é que o dirigente não apresentou qualquer queixa, por enquanto.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, a ex-namorada do dirigente já requereu abertura de instrução, para tentar evitar ida a julgamento. Pendentes no MP do Porto estarão ainda os inquéritos relativos ao médico Fernando Póvoas e ao irmão de Reinaldo e também dirigente, Joaquim Pinheiro.

Nos casos já concluídos, dependentes de acusação particular apresentada pelos ofendidos - por ser crime semi-público -, o MP optou por aderir às acusações, embora não fosse obrigado a fazê-lo.

Por outro lado, ainda sem decisão do MP de Gaia estão as queixas apresentadas por Pinto da Costa, relativamente a crimes de furto ou abuso de confiança, envolvendo objectos pessoais e uma conta bancária conjunta do ex-casal, da qual Carolina levantou, sozinha, 30 mil euros.

Segundo apurou o JN, as duas referentes ao livro visam também Maria Teresa Coelho, directora da editora D. Quixote, que lançou o livro, mas deixam de fora Fernanda Freitas, a professora que terá redigido do livro de Carolina. Desta professora, recorde-se, Pinto da Costa disse numa entrevista recente ao jornal "Público" que já estaria arrependida de ter apoiado a Carolina Salgado.

Caso da suposta fuga para Espanha

As referências pelas quais Reinaldo Teles e Lourenço Pinto apresentaram queixa têm a ver com o episódio da suposta fuga para Espanha, com o alegado intuito de escapar à detenção da PJ e a uma estratégia para entregar António Araújo, amigo de Reinaldo, como "cordeiro de sacrifício" às autoridades. São feitas ainda menções a esquemas entre Reinaldo, Araújo e Pinto da Costa para subornar árbitros e por isso foram apresentadas as queixas.

No caso do advogado as queixas apresentadas têm também a ver com o episódio das agressões a Ricardo Bexiga. No livro, Carolina relata que Lourenço Pinto terá procurado amenizar remorsos pela pancadaria sofrida pelo socialista de Gondomar, dizendo-lhe que "ele ficou a falar". E ainda que lhe terá recomendado a leitura do romance "A Siciliana", sobre as máfias americana e italiana, o que o advogado não só nega, como ainda apresentou queixa por difamação agravada contra Carolina Salgado.

Para evitar o julgamento por crime de difamação agravada (pela repercussão pública do livro, que esteve no topo das vendas), Carolina Salgado terá de procurar provar, na fase de instrução, que as acusações são verdadeiras.

Fogo posto

A adicionar às anteriores queixas, estão aindas as referentes aos dois incêndios coincidentemente ocorridos na madrugada de 16 de Junho do ano passado, nos escritórios de Pinto da Costa, na rua do Paraíso, e Lourenço Pinto, na rua de Ceuta, ambos no Porto. O presidente portista e o advogado prestaram depoimento na Polícia Judiciária e indicaram que só Carolina, o motorista e mais três dirigentes portistas sabiam da existência daquele escritório que funcionava como um museu pessoal. A investigação ainda decorre.

Nota: Este artigo teve por base um artigo da edição online do Jornal de Noticias. Foi alterado e não reflete de modo algum o que vinha no original. Pode lê-lo seguindo a ligação que se segue:

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