sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Apito Dourado: Pinto da Costa constituído arguido por delito de opinião





Biografia do líder portista leva a nova perseguição do Ministério Público de Lisboa, contra Pinto da Costa







Constituído arguido por comparar o MP de Lisboa à PIDE

O desabafo publicado no livro biográfico do melhor dirigente desportivo português de todos os tempos, Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, sobre a forma parcial e persecutória como a Procuradoria-Geral da República tem conduzido o caso Apito Dourado, serviram de base a mais um processo contra Pinto da Costa.

Segundo o Correio da Manha, o Ministério Público de Lisboa voltou a constituir Pinto da Costa arguido, mas desta vez por um crime de ofensas a pessoa colectiva, num caso em que o alegado ofendido é o próprio Ministério Público.

Coincidência, ou não, é arguido em mais um processo

Segundo apurou o CM, o presidente do FC Porto foi ouvido como arguido na passada semana. Em causa estarão declarações de Pinto da Costa, publicadas no livro de Felícia Cabrita, ‘Luzes e Sombras de um Dragão’, designadamente quando supostamente estabelece uma comparação entre o Ministério Público e a PIDE, e declara que a instituição dirigida por Pinto Monteiro não actua com critérios de legalidade e faz perseguições pessoais. Coincidência, ou não, perseguição pessoal, ou queixa injusta, a verdade é que foi constituído arguido em mais um processo, enquanto outros parecem passar incólumes, por muito que digam ou façam, como é o caso de Carolina Salgado e Luis Filipe Vieira, Presidente do Sport Lisboa e Benfica.

Dois livros tratados de forma diferente pelo PGR

Contrariamente ao que foi feito após o lançamento do livro ‘Eu, Carolina’, que levou o PGR a não mandar verificar os motivos porque foi escrito, ou quem o pagou e editou, nem mesmo quando a autora Maria Fernanda Freitas veio a público dizer que a versão publicada era diferente da original, desta vez, a Procuradoria fez saber que a obra da reputada jornalista, Felícia Cabrita, seria analisada em pormenor e acabou mesmo por originar vários inquéritos contra a autora e Pinto da Costa. O PGR teve assim aparentemente dois pesos e duas medidas, com a agravante de, pelo visto, ter preferido dar mais credibilidade a uma ex-companheira rejeitada, do que a uma jornalista de renome.

'Apito': dois livros, dois dossiers anónimos e um filme

Em Dezembro de 2006 o livro ‘Eu, Carolina’, da autoria de Maria Fernanda Freitas, assinado pela ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado e editado pela jornalista benfiquista Leonor Pinhão, que lhe acrescentou 58 páginas, precisamente as que envolvem Pinto da Costa em corrupção, veio dar novo fôlego ao processo ‘Apito Dourado’.

Entre muitas outras declarações extremamente graves, Carolina disse ter sido a autora moral das agressões ao vereador Ricardo Bexiga e, apesar de ter sido imediatamente chamada para sucessivas inquirições no Ministério Público, nunca foi constituída arguida, mesmo depois de ter confessado o crime.

Felícia Cabrita sempre disse que Carolina não tinha credibilidade

Após o livro de Carolina, surgiu a biografia do presidente portista escrita por Felícia Cabrita, ‘Luzes e Sombras de um Dragão’. A jornalista, que tem defendido Pinto da Costa e que foi responsável pelo despoletar do caso Casa Pia, envolvendo um escândalo de pedofilia que estava guardado numa gaveta há mais de trinta anos, sempre disse publicamente que Carolina não tinha credibilidade.

Perseguição não é apenas institucional e é feita com o aval do MP e da PGR

Já no próximo mês chega aos cinemas o filme ‘Corrupção’, de João Botelho, inspirado no livro de Carolina Salgado, cujo guião foi feito pela mesma pessoa que acrescentou as 58 páginas ao livro "Eu, Carolina", ou seja, Leonor Pinhão. Apesar de se basear em factos que nunca foram provados e ter sido começado a filmar quando esses mesmos factos ainda estavam em segredo de justiça, o filme feito com o único intuito de influenciar a opinião pública e denegrir a imagem de alguém que ainda está a ser julgado pelos crimes que lá vão aparecer, estranhamente nunca pareceu incomodar, nem a equipa de Maria José Morgado, nem o Ministério Público, nem o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro. Pessoas e entidades que tinham a obrigação de ficar incomodadas.

17 acusações feitas por Morgado, em apenas sete meses

A equipa coordenada por Maria José Morgado para a investigação das dezenas de certidões do processo ‘Apito Dourado’ teve um saldo de 17 acusações e 14 arquivamentos em apenas sete meses.

Segundo o último memorando da Procuradoria-Geral da República, datado de Julho, quando Morgado foi nomeada para investigar os inquéritos da Câmara de Lisboa, estava ainda pendente o processo das agressões ao vereador Ricardo Bexiga, no qual Pinto da Costa é arguido, embora estranhamente, a pessoa que alegadamente mandou mesmo agredir o vereador, Carolina Salgado, não o seja.

No total, o processo da corrupção no futebol, desencadeado em 2004, resultou em 20 acusações e 33 arquivamentos, tendo em conta também o período anterior a Morgado. Os dirigentes desportivos do FC Porto Pinto da Costa e Reinaldo Teles, Rui Alves, do Nacional da Madeira, e Valentim Loureiro são alguns dos mais mediáticos acusados.

Contudo, apesar destas acusações todas, a investigação ficou-se por Leiria e o presidente do Sport Lisboa e Benfica, que foi apanhado numa escuta cruzada, ou seja, quando não estava sob escuta, a escolher especificamente um arbitro para a meia-final da Taça de Portugal de 2003/2004, de entre seis que lhe foram sendo sugeridos, nem sequer foi constituído arguido.

EXCERTOS DO 'LUZES E SOMBRAS' QUE LEVARAM PINTO DA COSTA A SER ARGUIDO

Pinto da Costa não quer que MP de Lisboa se transforme numa nova PIDE

“Não estou para viver mais num país onde a Revolução de Abril acabou com a PIDE para agora ser substituída pelo Ministério Público.”

Os casos são os mesmos que foram arquivados pelo MP do Porto

“Os casos [do ‘Apito Dourado’] são os mesmos não vejo porque é que o desfecho há-de ser diferente. Já prestei declarações, não vou repetir tudo outra vez até porque já passou muito tempo e a memória não é a mesma.”

Estado policial com uma ditadura fiscal

No livro é revelado o futuro de Pinto da Costa “mal se veja livre” do ‘Apito Dourado’. As autoras dizem que tem uma proposta para trabalhar em Angola, na empresa Geogest, onde “impera a riqueza do ministro da Defesa” e que tem como sócio o português António Ferreira, autor da frase a que Pinto da Costa respondeu com a comparação do MP à PIDE: “Você vive num estado policial com uma ditadura fiscal.”

Nota: Esta notícia teve por base um artigo da edição online do Correio da Manhã. Foi alterado e não reflecte de modo algum o que vinha no original. Pode lê-lo carregando na ligação que se segue:

Ver original do Correio da Manha

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