quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Apito Dourado: Morgado Alvo de Inquérito

O Procurador-geral da República «vai ordenar um pormenorizado inquérito não só ao teor das declarações prestadas» pela irmã gémea de Carolina Salgado, «como a tudo aquilo que as envolve», disse ao SOL, em declarações feitas por escrito. Pinto Monteiro adiantou ainda que «tomar-se-ão depois as medidas que se venham a mostrar necessárias e adequadas».

O procurador-geral respondeu assim à questão colocada pelo SOL sobre o destino que foi dado à certidão extraída do depoimento de Ana Maria, como testemunha da irmã - no âmbito da queixa apresentada pelo médico Fernando Póvoas contra Carolina, por difamação agravada - em que Ana Maria terá dito, por exemplo, que assistiu a reuniões em casa da irmã, onde esteve um inspector da PJ e onde este lhe terá sugerido depor sobre nomes e situações já descritas nos autos do Apito Dourado.

Perante a gravidade das declarações de Ana Maria, a magistrada titular do inquérito de Póvoas no DIAP do Porto decidiu extrair uma certidão do depoimento e remetê-la para os seus superiores hierárquicos.

Segundo fontes judiciais, o procurador distrital do Porto, Pinto Nogueira, «remeteu, no passado dia 10, a certidão, para efeitos criminais e disciplinares, para a directora do DIAP de Lisboa [Maria José Morgado] e para o procurador-geral da República».

Ao contrário do que, pelo visto, foi publicado na semana passada, Morgado confirma ter recebido essa certidão, contendo o depoimento de Ana Maria. «O que eu disse na semana passada foi que a testemunha não tinha chegado aqui. A certidão chegou», declarou agora ao SOL, adiantando que a enviou, também, para o procurador-geral da República. «Peço-lhe agora que rectifique porque não passou de uma confusão», concluiu.

No seguimento da polémica entretanto gerada, Felícia Cabrita, jornalista do Sol responsável pela notícia, refere que «A agência de informação nunca pôs em causa a notícia do SOL, tão pouco as declarações prestadas pelo procurador-geral da República. Apenas cita a Directora do DIAP de Lisboa que garante que Pinto Monteiro não disse o que disse». «Afinal quem é o procurador-geral da República desta Nação?», pergunta.

Manobras de descredibilização na praça pública

O depoimento de Ana Maria, no entanto, há muito que tinha caído na praça pública. Seis dias depois de ter sido enviado para Lisboa, já o Correio da Manhã divulgava declarações do pai das gémeas Salgado, pedindo às autoridades ajuda para encontrar Ana Maria, que, segundo ele, estava desaparecida. Joaquim Salgado dizia mesmo que a filha sofria de problemas de sanidade mental, justificando esta afirmação com o facto de saber que Ana «fizera declarações contra a irmã» e «atacou o MP e a PJ».

O advogado de Pinto da Costa, Gil Moreira dos Santos, comenta o caso noutro sentido: «Divulgar, desta forma [através do pai e do CM], o depoimento de Ana Maria, só pode servir para uma coisa: descredibilizar o que ela denuncia. E isso serve a quem?».

Nota: Este artigo teve por base um artigo da edição online do Sol. Foi alterado e não reflecte de modo algum o que vinha no original. Pode lê-lo carregando na ligação que se segue:

Ver o artigo original do Sol

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Uma verdade incontestavel no Jornal O Jogo...