Apito Dourado: Cardoso garante que apoios ao F.C. Porto foram legítimos
Nuno Cardoso esteve ontem de manhã a prestar declarações
O ex-presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, garantiu, ontem, que todos os apoios dados pela Autarquia ao F.C. Porto foram legítimos. À saída do Palácio da Justiça, onde foi ouvido enquanto testemunha, no âmbito de um processo relacionado com o Plano de Pormenor das Antas (PPA), o ex-autarca garantiu, aos jornalistas, nunca ter favorecido o Futebol Clube do Porto enquanto esteve na presidência da Autarquia, entre Outubro de 1999 e Janeiro de 2002. Rui Rio e o empresário Américo Amorim voltaram a faltar e a acusação prescindiu dos seus testemunhos.
Na sala de audiências, Nuno Cardoso deixou claro que, na sua opinião, "um dos objectivos da gestão autárquica é apoiar todas as instituições", incluindo o F.C.Porto, desde que "de forma transparente". Não conteve, porém, alguma revolta quando o advogado da acusação, lembrando outro processo, referiu que a testemunha foi "recentemente acusada de ter favorecido o F.C.Porto no Plano de Pormenor das Antas". "Isso não corresponde à verdade", indignou-se Nuno Cardoso.
O processo em causa opõe a família Jaime Santos, ex-proprietários da Quinta do Salgueiral, nas Antas, ao F.C. Porto. O caso remonta às décadas de 50 e 60, período em que a família vendeu ao clube duas parcelas de terreno - de três mil e de dois mil e quinhentos metros quadrados - por 600 contos para fins desportivos (o único uso possível à data). Nessa altura, ainda Pinto da Costa não era presidente do Futebol Clube do Porto, nem Nuno Cardoso estava na Câmara.
Anos mais tarde, com a aprovação do PPA, em 2002, os terrenos ganharam capacidade construtiva e foram vendidos ao Grupo Amorim por 80 milhões de euros para a execução de um projecto imobiliário. Passados mais de 50 anos, os ex-proprietários sentem-se lesados e reclamam a anulação do contrato com o F.C. Porto com a consequente reversão dos terrenos ou o pagamento de uma indemnização no valor de cinco milhões de euros. Sobre a venda daquelas parcelas, em 1956 e 1968, Nuno Cardoso disse nada saber. Sobre o Plano de Pormenor das Antas, que acabou por alterar a capacidade construtiva dos terrenos em causa, o ex-presidente da Autarquia frisou que quem o aprovou foi o seu sucessor, Rui Rio.
As alegações finais estão marcadas para dia 1, às 14 horas.
Nota: Este artigo teve por base um artigo da edição online do Jornal de Noticias. Foi alterado e não reflecte de modo algum o que vinha no original. Pode lê-lo carregando na ligação que se segue:
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