quinta-feira, 12 de julho de 2007

Corrupção a Sul: Empresas do Grupo Espirito Santo usadas como intermediárias na compra dos submarinos


Apesar do desmentido de Paulo Portas, com base nas afirmações da responsável do DCIAP, o JN está em condições de afirmar que foram, de facto, escutas entre Abel Pinheiro e Paulo Portas, no âmbito do processo Portucale, que reforçaram as suspeitas levantadas por notícias anteriores sobre o processo de aquisição dos submarinos. Posteriormente, foi recolhida informação nesse sentido em buscas efectuadas nas instalações da Escom e da Espírito Santo Ressources, ambas do Grupo Espírito Santo, tendo a primeira servido de intermediária entre o Estado português e o GSC, o consórcio alemão fornecedor dos submarinos.

Tal informação consta de um despacho, datado de 28 de Julho de 2006, em que os dois magistrados titulares do processo, Rosário Teixeira e Auristela Gomes Pereira, determinam a separação da investigação do negócio dos submarinos do processo central ligado ao negócio do empreendimento Portucale.

Os documentos recolhidos nas buscas da PJ indiciam que a Escom pode ter sido imposta como intermediária pelos representantes do Estado, tendo a sua estrutura sido utilizada para ocultar os intervenientes e os beneficiários finais de comissões sem ligação aparente ao negócio.

O despacho dos dois magistrados aponta para pagamentos à Escom em montante superior a 30 milhões de euros, valor superior aos 24 milhões noticiados pelo JN no passado domingo. O documento aponta uma aparente desproporção entre o valor pago e a intervenção da empresa no negócios dos submarinos.

A proximidade temporal entre este negócio e o desenrolar do processo relativo ao empreendimento Portucale (no âmbito do qual foram detectados depósitos numa conta do CDS justificados com recibos alegadamente falsificados) terá sido também destacado pelos magistrados. O mesmo aconteceu com o facto de as empresas envolvidas serem todas do Grupo Espírito Santo e administradas por um dos principais suspeitos de promoção ilícita de interesses. Tudo isto reforçou as suspeitas de ligação entre o negócio dos submarinos e movimentos em dinheiro detectados ao longo da investigação.

Nota: Este artigo teve por base um artigo da edição online do Jornal de Noticias. Foi alterado e não reflete de modo algum o que vinha no original. Pode lê-lo carregando na ligação que se segue:

Ver artigo original do Jornal de Noticias

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